quinta-feira, 28 de julho de 2011

A gota

Alguém escreveu uma parábola poética em que uma pequena gota de água, tremulando no ar, questiona o Gênio do céu, querendo saber se é melhor cair na terra ou continuar naquela nuvem.
- Por que tenho que me enterrar nesse solo e desaparecer? Indaga. Porque tenho que me afundar naquela lama escura, quando posso permanecer aqui e brilhar como um diamante, ou uma esmeralda, ou um rubi, num arco-íris?
- É verdade, concordou o Gênio. Mas, se você cair na terra, terá um ressurgir muito superior. Ressurgirá na pétala de uma flor, ou no perfume de uma rosa, ou num cacho de uvas. Por fim, a tímida gota desprende uma lágrima de pesar e cai no chão. Imediatamente entranha no solo, embebida pela terra seca. Desaparece de vista, aparentemente deixando de existir.
Eis, porém, que a raiz de um lírio bebe aquela umidade. As veias da seiva de uma rosa adamascada absorvem seu frescor. A ponta da raiz de uma videira distante encontra nela uma fonte de vida. E assim a pequena gota de água reaparece na pétala branca do lírio, no rico perfume da rosa e no cacho novo de uvas. E quando a gota vê de novo o Gênio do ar, reconhece, toda alegre, o que lhe aconteceu.
- É verdade! Morri! Mas revivi e agora presto um serviço muito melhor, num renascer superior!
Trecho dos Sermões de A. B. Simpson

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